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sábado, 7 de agosto de 2010

Derradeiro dizer... (EC)





Derradeiro dizer... (EC)

Dias de dolentes despedidas,
Detalhes dos declarados desenganos,
Desejar depor dó, desesperanças.


Desbotadas desditas descritas
Ditas de dentro, dolente discorrer,
Devaneio, doce desvario.

Doravante, deixar desvalidos dramas,

Desfazendo das ditas desbotadas dores.


# Indriso em Tautograma : "D"


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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Desbotadas Cartas
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Segredos eternizados....................





Segredos Eternizados (EC)

Quando Angelina mudou-se do Sobrado Amarelo da Rua 12, pouco levou. Surpreendeu-se o moço da caminhonete que a acudiu na mudança, tanto tempo, um suntuoso sobrado, e tão poucas miudezas. Contadas caixas com livros, uma sacola de roupas e pessoais, uma caixa maior com alguns porta-retratos e um pequeno abajur, um móvel que se assemelhava a um criado-mudo, sem gavetas e fechado em dois cadeados. Só. Tão pouco e tanto, já que da vida o maior achado residia nas lembranças. Relíquias impalpáveis, imateriais e de maio valor.
O que fora feito do sobrado era quase o que Angelina sentia. Trocara de habitar, e um novo sentir ali para sempre moraria. No coração saudoso, nada trocaria.
Agora, faria sua última mudança, menores seriam as minudências, sobrou nada, ou quase nada. Aquele móvel intocável, que por anos ficara impávido em um canto do cômodo, seria finalmente aberto, essa fora a recomendação.
Anita a fiel hospedeira, já guardava as chaves e a autorização. Decidiu abrir sozinha. Eram comuns entre os hóspedes aquela partida, ainda assim, de cada secreto coração guardava um afeto, uma confissão. Um querer bem.
No quarto, trancada, abre a janela, um tímido raio de sol ingressa, pela fresta da porta é perceptível o olor das alfazemas dos lençóis da cama impecavelmente arrumada.
As chaves abrem sonoramente os silêncios dos cadeados. A porta do pequeno armário está emperrada.
Forçar um pouco...
Quebrar a formalidade do sigilo.
Entrar no inconfesso de um ser.
Invadir os sonhos, ilusões.
Desilusões...

Nada surpreenderia mais Anita, tantos anos partilhando tantos íntimos pormenores. Aquele armário, porém era quase vazio, uma imensa lacuna, um vago, parêntese. Porém abaixo da madeira do assoalho Anita percebeu uma fina nesga. Forçando um pouco viu que a tábua do fundo saia.O tempo era curto e precisava findar aquela parte da missão.Arrancou de vez a tábua e lá estavam os secretos de Angelina. Um pequeno embrulho em papel amarelado foi cuidadosamente aberto,
Aproximadamente umas setenta cartas em envelopes semi apagados, em boa disposição e organização.
Não haveria tempo de lê-las e nem haveria razão para tal. Aquele era um segredo que seria respeitado, igualmente como o desejo manifesto de Angelina, que o armário nunca aberto naqueles últimos vinte anos assim o fosse e o conteúdo dele fosse depositado em seu derradeiro leito, par embarcar com ela para a eternidade.
E assim foi feito.
Segredos que se eternizaram.

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Os achados de cada um.....




Os achados de cada um... (EC)

Cada um tem seus guardados. Se não são pequenas pétalas ressequidas, são ingressos envelhecidos, se não são palpáveis, são no mínimo memoráveis.
É, cada um com seu baú de achados e perdidos. Cada qual com suas perdas e frustrações. Cada um, um cofre de chaves extraviadas. Palavras caladas,desejos engolidos.Quereres encolhidos. Quem não se lacrou de si um dia, e quis perder-se no caminho, para não mais saber voltar?
Cada um é cada um. Caixas secretas. Caixas pretas afundadas num abissal interior.
É.
Cada um com sua escusa dor ou sua lembrança de amor, que alija da vida o torpor.
É...
Quem nunca teve um avesso escondido, uma ponta dobrada, um rabisco rasgado e queimado que nunca consumiu no pensamento?
Quem, se vivo foi não teve secreto segredo, não rogou silêncio eterno, nem fez juras sem medo?
Cada um, um armário sem fundo, uma caravela no mundo, uma ilha a se salvaguardar.
Cada um com suas miudezas, seus encontrados, com seus mimos arquivados, suas relíquias, vitrines blindadas. Quem nunca engavetou uma letra, armazenou um inconfesso desejo, no saguão do coração?No porão da alma, escaninhos da solidão?

Quem?

Eu...
Trago no meu curtido sentir, um pequeno embrulho de desfeitos, uma mão de justa alegria, e no chapéu surrado um saco velho e amassado, onde guardo a emoção.
Em forma de linhas tortas, em cores secas e mortas, embotado querer vão.
Cartas velhas, mal escritas, não entregues, incompletas, repletas de desilusão.
Antiquadas frases, versos mudos, poemas ocos sem nexo, apenas alguns desvarios,
Amores poucos, vazios. DESBOTADAS são...

Cartas rasgadas,
Amores eternos,
Borrados pela solidão.

DESBOTADOS amores,
Flores secas, sem olores,
Pedaços de papéis, embrulhos de pão,
Lenços sujos,
Vencidos batons, beijos que outrora foram bons...

Retratos amarelos,
Faces desconexas
Imagens abatidas,
Tempo devasso,
Eu, pó, poeira,
DESBOTADO e vazio coração.


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Clarão das horas




Clarão das horas...

Madrugar,

Esvai-se a noite em teus lençóis,
Alvos desejos voejando,
Reluz tua tez envolta em desejar,
Pela janela um doce exalar,
Mesclando néctar e amor...
Tu, rara pintura luzindo.
O amanhecer é inteiro teu,
E o teu amanhecer sou eu...


Dia,

Chega agora sôfrego e orvalhado,
Sol que me aparece,
Raio que me doura,
Estrelas buscam o ninho,
Eis que ofusca a prata,
Embevece cada naco do olhar...
Lua, estrelas, repousadas...
Eis que me agasalho inteira em ti.


Clarão,

Nascente inclemente,
Gemas faiscantes,
Perolado luzente dos teus olhos...
Chamas clamando,
Vontade,
De ti...
Tela viva, entre o azul e o dourar,
Teu nu,
Nas entrelinhas, sutis pinceladas...
Nós,
Plenos ao sol nas tintas do amar...



Inspiração: Nascente, Flávio Venturini

Dezembro vindo.....

Daisypath Anniversary tickers
Monarch Butterfly 2

Escrevo para.........

Quando escrevo exorcizo fantasmas, é meio abstração e também minha realidade se despindo.Sou eu me confessando a mi mesma.

Um Poetrix ...verdinho......


Escrevo para....

Escrevo para por no mundo pequenas ânsias, escrevo para aportar desejos aflitos, escrevo para me salvar, é como Jogar as âncoras, o barco ora vai ao sabor das ondas, ora é a deriva....
Escrevo para acariciar as suas almas,e ser tocada por seus olhos impressos de brilho!
escrevo para Gozar,Flutuar, ser e merecer, Escrevo para seus delírios, seu deliciar!
Escrevo para vocês,
Agradeço seus olhos em mim, na minha ruptura poética!
Escrevo!

Muito grata por me sorverem as letras!
A todos que aqui passarem seus olhos, mentes e corações!
Rose

Sobrepondo Sonhos.....