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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Só_rir ( Uma roda de risos)


Quero riso

Preciso,
Fácil, aberto, franco.
Quero riso, não pranto.


Quero sorriso

Livre, sem aviso.
Amplo, contundente
Quero sorriso surpreendente!


Quero

Rir,
Sem resistir,
Transbordante transmitir.


Rir

Remédio, solução
Riso, cura, terapia.
Sorrir, envolver em alegria...

Without it...


Without it...


Sou assim palidez
Sou nada que alegrar
Sou um cinza permanente,
Sou alma vagante, dolente.
Passo sem graça, sem avidez.


Eu ao largo, ao longe,
Sigo sem agrado, sem chão,
Vou e nem sei para onde,
Caminho sem emoção
Passo deserta, dispersa.


Sou sem folia sem guia
Vou, persisto avessa, regressa.
Não há encanto nem pressa
Sigo, não sinto que sigo.
Sou seca sou pó sou vazia...


Sem querer, sou eu, sem saber.
Não mais sigo,divago , deambulo
Insone, sedenta, pura sangria.
Percorro sem ar sufragado sofrer
Padeço tormenta, dissabor, nostalgia...


Passo_em brancas nuvens,
Superfície, desalento
Sou nada, ninguém, inexisto.
Sou quem?
Imprevisão, imprevisto
Sou assim,
Deserta,
Apartada de mim,


Abstrata,
Absorta,
Oca,
Vazia,
Vã,
Sou eu...



Sem Poesia...

Desmesurado ansiar


Desmesurado ansiar


A tua espera, sou porto
Sou maré e maresia.
Sou teu mar, vem navegar...
Aporta em mim tua náufraga embarcação
Acolherei-te em minha relva,
Meu vergel, tua enseada.
Encherei-te as lacunas, em mim te achegarás.
Ajunta-te...,

Descansa tuas asas, desarma tuas rudezas
Pousa em mim qual teu nicho
Repousa em meu peito teu arfar perdido.
Não deixa que a noite te inflame em desabrigo
Na madrugada em abandono banha-te em meu corrente rio
Navega por mim intermitente, delirante...
Caminha no meu tênue antegozar...
Vem...


Vem destituir a solidão,
Depor o fatigar,
Aporta, embarca e embarga,
Põem em mim teus versos sem rima,
Deságua, desmorona,
Derrama sobre mim tuas imprecisas letras,
Deixa teus tormentos se abrandarem em minha tez...



Desfalece,
Acha-te em meu colo, serei teu remanso,
Teu pouso, teu chão,
Tua perene poesia...

Estações do meu coração



Na minha cidade não há estações, chove muito, chove sempre, Há a garoa da tarde, de todo dia, nem sempre tão garoa (às vezes rapidamente parece que o céu cai, desaba em águas).
No entanto tenho aqui um sol lindo, um céu que neste período já amanhece azul, e fins de tarde quentes, lindos por- de - sol, uma Baia que mais parece mar.
Tenho aqui razões de inspirações...
Mas as vezes me careço de estações...
Por exemplo, na minha Agenda, hoje (20/06/08), hoje já é inverno, e fico a fazer viagens...
Frio, lareiras, fondue... Namorar em baixo das cobertas... O que é melhor?
Subir a Serra juntinhos recolher-se aos carinhos de um bem, avistar de uma janela o vento forte, se chover, a música da chuva batendo , tocando em sons o vidro;
E então não querer descolar os corpos, carecer de calor, carecer dos beijos, do amor...
É verdade, não tenho serras, nem frios...
Muitas vezes só chuvas, só a chuva como companhia...
No entanto,
Nas lindas e calorosas e calorentas manhãs do sol da minha cidade, olho o céu bem azul, e logo azulesce meu coração...
Levo o rosto e os cabelos rumo ao vento e recebo da brisa os recados, os sinais, de que o amor virá... Sem dizer em que estação, então fecho os olhos e componho meus sonhos, minhas fantasias...
Viagens amorosas que ocorrem em cada estação que eu viver.

Logo:

Amarei quer seja no sol,
Ou na chuva...
Beijar-te-ei com lábios de flores primaveris,
Ou folhas do outono ao vento.

Farei amor à luz da lua, nua, transpirando,
Numa praia, numa rede atada... Bem a balançar...

E também me darei em orgasmos,
Debaixo de mil cobertas, após o vinho e o queijo...
E teu calor me acenderá...
E serei lareira em chamas...

Eu sou assim,
Do amor inteira...
Sou mesmo a flor, a borboleta,
O vento e a folha seca...
O sol a lua, e o frio, que pede abraços...




Escrito em junho de 2008.

IN_precisão


IN_ precisão

Indefinível ou indecifrável?
Incompreensível ou sem tradução?

Imprecisão
Sentimentos se confundem, equivocam-se, acobertam-se...
Hora opostas retas, antagônicas, noutras uníssonos, harmônicos, coadjuvando...
Mostram-se com ou sem reservas,
Apropriam-se um do outro,
Apropriam-se... de mim...

A primeira vista um riso, constante sorrir
Brincar de viver, brincar para viver.


Tal como um véu, burca de sentimentos o riso veste de branco o negro do entristecer.
Suave, o riso não se esforça, sempre ousou. Compõe o conjunto do alegrar do humor da extroversão. É real por isso o entristecer não transparece, fica por trás, escondido...

Acaso acontecer trocam posição, o nublado fecha a cortina, cerra o tempo do sol, então o riso é de rio, de sal, ao invés de doce...

Este Rio-mar, Rir-desaguar é o fervilhar o inquietar, o dúbio, dualidade, quase nunca pressentida, pouco percebida.
A mulher que ri aprisiona o triste da mulher que chora,
Ela põe chaves, trancafia a solidão põe baú profundo às questões que causam peso no olhar.
Mas é real o ser triste da mulher repleta de alegria,
Então num canto obscuro entre paredes e cofres, revela-se...
Sem resistir vai ao ralo ou esgoto o sorrir,
Sem muito esforçar pela porta da frente entra os ais, o sal...

Poucos verão...
Saberão... Dada a imprecisão,
Confusão de sentimentos.
Segredados entre si.

Ressalva:
Não precisa ser no fundo, no dia-a-dia, constatação:
“O palhaço é triste, disseram pinta o rosto pra viver...
Digo: Sorri enquanto chora, gargalha para disfarçar o soluçar...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Tanca 62


Tanca 62

Racha a tez da terra
Desidratada, esfacela
No chão ressecado.

Palidez assusta a vida.
Sem água, sem esperanças.

Tancas 59 a 61



Tanca 59

Clareiras abertas
Floresta mais Biodiversa
Devastação impune.

Mata Atlântica ameaçada.
Urge reflorestamento.


Tanca 60

Nada que festejar
No dia da Mata Atlântica
Apenas fragmentos.

Biomas originais findos.
Floresta pede socorro!



Tanca 61

Relíquias, Pau-Brasil
Hoje poucos exemplares
Destaque da mata.

Importante ecossistema
Imensamente ameaçado.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Quase cinquenta...


Quase cinqüenta...

Provocas meu inspiras, aguças meu pensar...
Conduzindo-me a um duelo pessoal com as lembranças, ora duelo ora terno reencontrar.
Li uma doce escrita de um amigo e fiz viagens, debati-me com o tempo, mas foi um pacífico debate. Trata-se do passar do tempo, de como ele transcorre em nossas vidas.
Já caminho, bem mais da metade para meio século, há muito já foi os quarenta... No externo, casca, invólucro, não procede. Sempre foram assim, diversas diferenças. Cronológica da biológica.Emocional da cronológica.Espiritual das demais. Enfim.
O certo é que esse é o percurso, mudar e amadurecer, ou vice-versa, ou não. Como queiram.
Olhar para esse tempo já vivido, é rever muitas cenas, revisar gestos, situações, reavaliar o que foi feito, como seria se tivesse sido diferente. Desde a leitura do Russo, fiquei a pensar, um pensar bom, saudoso e por muito contente, alguns inevitáveis desenganos, arrependimentos. Muito a refletir.
Hoje sou plena em muitas situações, acho-me melhor em muitos aspectos. Nalguns ainda me acho incompleta, noutros algum deserto. Muitas alegrias, tantas, imensas saudades. Mas no rescaldo uma mulher feliz. Uma fêmea plena nos quereres, uma mãe orgulhosa, uma jovem senhora que se sente moça, interessante e às vezes se acha uma menina. Na profissão diversidade, a administradora que sou já transitou temporadas no jornalismo falado e televisado, houve prêmios, badalações, efemeridades.Um experienciar garantido de aprendizados Hoje, meio as cifras e números, escrevo poesias.
Nesse tempo não me perdi do político, militei, literalmente carreguei bandeiras nas quais acreditei. Manifestei-me ávida e arduamente.
No espiritual vivi tantas frutíferas experiências religiosas, crendo finalmente que ao invés da religião o que me leva a Deus é a prática da fé. O exercício pleno da fé.
Na vida, um eterno aprender, reinventar. Nas amizades um complexo harmonizar.Nos amores, sempre, viver para se apaixonar.
Penso que há um longo percorrer. A vida é um eterno discorrer.
Trato do espírito que facilita o funcionar do corpo. Cuido da capa para que a mente flua incansáveis acordes inéditos do que é viver inquietamente.
A alma é um treino ao equilíbrio, o pensar é sempre um desvario.
O sorriso é alento meu, sorrio para os meus interiores que refletem refletem....
Saudades, essas são alimentos. Passagens, pessoas, lugares que se fizeram partes amputadas em mim, inesquecíveis, com o tempo pouco doloridas, apenas lembranças.
Eu, esta figura, que pinto, refaço e reconstruo, recriando-me só assim prosseguirei.

Muito Barulho por nada...


Às vezes penso que o crescer não aconteceu comigo, afora todo o tamanho, há dias em que me sinto tão pequena, tão pequena que passo despercebida aos olhos de todos, aos olhos de mim mesma...
Nestes dias busco lá no fundo forças (as vezes custo a achar) para voltar à normalidade. Quando era guria costumava escrever em forma de orações, fazia longas cartas para Jesus, escrevia francos diálogos entre nós e assim amenizava as dúvidas do meu coraçãozinho adolescente. Tive rigorosa formação religiosa, desde os primeiros anos em Salvaterra estudando religião com Freiras, já em Belém fiz a segunda parte do primeiro grau em um tradicional colégio também de freiras e o segundo grau nos Maristas daqui. Respirei religião, religiosidade o tempo todo. Dele então me fiz amiga era comum freqüente a minha presença diária (ou quase) nas capelas dos dois Colégios.
Era lá que me abrigava quando triste, me recolhia em orações, mais conversas que orações, desta feita incluindo a Mãe de Jesus, que aprendi a conhecer e amar. Como Marista, fui dos encontros, congressos Mariais, estudei e me aperfeiçoei na fé.

Com tantas voltas dadas na vida, roda destino, vira mundo e lá fui eu ao sabor das ondas, por mares desconhecidos, aventurando-me, conhecendo, descobrindo outras
Filosofias, outros estudos e como sempre me entregando por completo ao proposto, mas nunca, nunca deixei de crer no meu Deus.

Hoje décadas passadas, busco as capelas, Igrejas sempre e me conforto na mais perfeita solidão partilhada com meu Pai, meus Santos e Anjos. Refugio-me das fraquezas, repreendo-me, resigno-me, mas sem deixar de crer no quanto sou cuidada por eles. Exagerada que sou me devoto as Marias, muitas e uma só, de sorte que na casa em que estiver estou aceita protegida e a salvo. Bato na porta da Nazica (cá de casa), Cidinha, Fática, Mercedinha, Carminha e tantas mais e todas me dizem: Vem! Entra, nossa casa é tua casa! E dizem também: Vem e eu mostrarei que o meu caminho te leva ao Pai...
Não bato só nas portas das casas terrenas, aporto no coração de cada uma delas ou melhor, elas adentram minha morada!
Ai eu digo: Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra, e serei salva!
E é assim que toda vez que vem as agruras, dores físicas e emocionais, solidão amorosa, desânimo, tudo junto ou em combinações, dobro meus joelhos, peço perdão e agradeço, por todas as presenças fortes em mim. E depois nem sei como pude me deixar abater tanto.
Ah, continuo como há alguns anos atrás, escrevendo, escrevendo, dialogando e me recolhendo, recolhendo meu silêncio nas capelas de minha vida!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

VORAZ


VORAZ

Invado teu íntimo
Abstraio-me, excetuo-te.
Abstenho-me, privo-te...
Extirpo da tua criação
Meu sal de sobrevida.


Absorvo o teu inevitável
Essencial para o meu conceber.
Sem parcimônia
Aplaco minhas sedes,
Minoro a míngua que me assola.


Parcial, sou sequiosa da tua letra.
Faminta, tenho gana dos versos teus,
Ao que os olhos te presenciam
Sôfrega me apavoro,
Sorvo-te com ou sem Rimas.
Degusto ou devoro...


Fartada
Retorno à lucidez,
Suspiro.
Apetecida da tua Aura Poética...



# Inspirada na Poesia “ Ausência” do Poeta Marcos Oliveira
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1603391

Causos da mãe parteira ( Inspirado nos causo vivenciados pelas Parteiras Tradicionais das florestas)



Causos da mãe parteira

( Inspirado nos causo vivenciados pelas Parteiras Tradicionais das florestas)


Mãe Bené é ritinta, como se dizia antigamente, dada a sua acentuada negritude... e já se perdeu a conta da idade, penso que beira os cem, embora não aparente...
Mãe Bené sabe o que faz, não tem estudo, mas a sabedoria vem do passado, lá de trás, dos bisavós escravos, mas diz que aprendeu o ofício mesmo foi coma vó Diquinha...
Mãe Preta como é conhecida sabe sempre um chá ou ungüento para todo mal. Há quem conte que já curou de um tudo, picada de cobra venenosa então nem se fala. Benze criança mofina, tira mal olhado, puxa barriga de mulher pra por o menino no lugar,costura rasgadura com o copo (ventosa) é mulher de mil ofícios e naquele lugar um fim de mundo é mais que a médica, curandeira, tem a confiança,o respeito do povo.

Mas o que ela faz bem mesmo e que perdeu as conta é pegar menino. Ali nos arredores vem de gente de toda paragem ou ela vai em desafio no lombo de burro ou cruzando rios nos casquinhos, levar seu Dom como diz seu socorro e prontidão as que querem por no mundo as crias, e se gaba de nunca ter perdido um, já pegou menino de todo jeito de toda dificuldade. É mulher crente em Deus,que afirma ser quem a guia.
Guarda mais segredos que os confessionários...

Mais ou menos assim o causo de “Das Graça”.
Era uma menina assim mirrada, encabulada a filha do seu Aparício lá das bandas do Pontal. Das Graça uma morena apurada garrou uma moleza, uma amarelidão e não saia mais du fundo da rede, como tinha os olho triste aquela menina...
Dona Moçinha ficou cismada, agoniada, num aperreio correu lá na Mãe preta e falou;
_ deve de ser um Mal-olhado comadre, a menina ta que não se agüenta, a modo que uma boa garrafada pode curar...
Mãe preta do alto de toda sua sabedoria, calma toda vida, disse:
_ mande ela aqui comadre, pra Deus não há impossível, mas mande logo...

Dois dias depois Das Graça varou a lonjura e chegou lá no Sítio, veio de pés, um dia pela estrada de chão, calor demais, choveu...
A menina chegou molhada, afugaiada, quase tendo um passamento. Nada que um chá não resolva, pensou a puxadeira, mas é que ela mesma não se convencia aquela menina tava estranha.
Mãe Bené benzeu, rezou, decidiu puxar, puxou,vai que tinha um espírito. Aparpou, e só não assustou porque é nega velha ressabiada...
Parpou de novo, pra ter certeza, nunca falava nada de vez, só no tempo certo. Saiu.
Foi na cozinha, pôs fumo no Cachimbo, deu uma longa baforada... pôs um bom tacho de água no fogão...matutou com seus botões e voltou.
Falou pra Graça:
_ O menino ta em petição de nascer, e vai ser agora...

Das Graça chorou inconsolável, nem namorado tinha a pobre, os compadre ia por ela porta fora, ou iam surrar até tirar sangue, mãe Bené sabia...
Mãe preta assuntou, pensou, e disse:
_ menina o que ta ai no teu bucho tem que sair depois nós pensa no depois...

E lavô bem as mãos...
Foram horas sem fim,
Das Graça era franzina, tinha quinze, mas parecia que tinha treze, doze, e a cria era grande... Bené não tinha visto nada parecido, a pequena não teve os sinal, nem dor, e como se escondia aquela barriga?
Não tinha água, era só menino encaixado bem dentro a modo que ninguém sabia, nem Das Graça que achava que a regra não vinha porque tava com anemia...
Ai ai...
Dois dias depois chegou na roça, aliviada, a mãe preta tinha lhe tirado a panema.
_ Só ela mesmo, abaixo de Deus!
Disse a comadre.

Mãe Bené havera criado alguns, compadecida. Mas a Greicy era diferente...
Alvinha como algodão e os olhinho azul, azul...

Em quilômetros nem ali nem nos povoados por perto tinha caboclo assim...
Lá pelas bandas do "Vai-quem-Quer” num tinha nem escola que dirá Igreja.
Quando tinha um morto pra rezar ou menino pra batizar vinha lá da capital algum padre, dependendo da boa vontade da Paróquia.
Tinha mais de um ano e meio que apareceu por lá um moço que foi benzer S. Coutinho antes de partir dessa pra melhor.
Passou por lá só uma horinha...
E tinha um olho azul o danado!

Eu não sei de nada não, quem conta isso é mãe Bené...

Ah, a Greicy é uma flor de formosura, já tem dez aninhos e não entende porque aquele povo olha tão ensimesmado para ela.

Deve ser porque é danada de bonita essa menina, diz Mãe Bené!





# nestas paragens tem uma longínqua localidade que se chama “ Vai- quem - quer”, no mais ficciono o cotidiano dos interiores, das localidades daqui...

# Imagem obtida na Internet.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Jurássicos do Amor...


No mundo fantástico da fantasia, existiu a “Terra do nunca”, lugar da eterna infância, hoje, no mundo das relações, deparamo-nos com a “Terra do fica”, do instantâneo, do experimentar, do inconsistente relacionar...

Jurássicos do amor

O tempo passou: Mudaram as pessoas ou mudaram as relações?
Diria que mudamos todos, em atitudes, crenças e mudou também a sociedade. Há algum tempo, o amor era sentimento de puro respeito, amava-se admirando, admirava-se respeitando e as relações e conduziam de forma mais duradoura e menos permissivas.
Hoje se banalizou bastante relações, sentimentos e as próprias pessoas. Fica-se muito, troca-se muito, expõe-se muito, ama-se de menos. Facilidades a parte, hoje qualquer um, por qualquer razão diz “ Eu te amo”. Poucos sabem o exato significar desta frase de aparência um tanto comum, ou então perderam isso de vista.
Homens e mulheres caminham sem saber bem o caminho pelo qual se conduzem e o amor verdadeiro, genuíno vai ficando para trás perdendo espaço e importância para o que se pode chamar “Sentimentos instantâneos ou fugazes”, relações permeadas de interesses condicionais.
Amor do passado, amor verdadeiro se fazia incondicional. Algo assim como amar pelo simples fato de amar, sem restrições, isento de defeitos, desconsiderando quaisquer considerações. Amor pelo amor.
O novo amor se delineia como uma vertente do amor ganha contornos mais materiais, temporais. E já não suporta tanto, consente mais e neste consentimento se descaracteriza do amor enquanto verdadeiro. Homens e mulheres progrediram, evoluíram, liberaram-se, adquiriram maior confiança, super auto-estima, mas perdeu-se no quesito amor/sentimento. Essa ruptura com as convenções trouxe consigo mais instantaneidade, portanto mais opcionais, possibilidades infinitas de descarte, trocas e minorou o valor de se relacionar estavelmente. Já não se namora quase, experimenta-se muito, já não se ama incondicionalmente. Ama-se na medida do que atende a interesses, esses quase sempre materiais, corporais.
E onde os sentimentos resistem bravamente, estão chamando de “Jurássicos do amor”.
Asseguro aqui uma posição, o amor precisa ser reinventado. Enquanto isso sobrevivo nas terras perdidas onde restam fósseis destes seres a muito extintos.

PARAUARA sim senhor! com consciência!!




Da Amazônia não sei só de fotos ou documentários porque nasci e vivo nela. Apesar das gigantescas dimensões geográficas que habituo dizer ser um outro país, conheço a maior parte dos seus estados, naveguei em muitos dos seus Rios, sei e admiro seus exóticos sabores, misto da nossa rica herança escrava e indígena. O que dizer da maniçoba?Comida feita das folhas da Maniva moída que se não coser por 7(sete) dias é tóxico e mata? No entanto é iguaria sem comparativos, e o Tacacá quente( na temperatura) combinado com o sabor ardente do Tucupi e amortecer dos lábios provocado pelo Jambu, tudo isso com bem Pimenta de Cheiro, sorvido no calor da quatro da tarde?

Conheço bem as ervas, os chás e seus poderes curativos dos quais faço uso frequente e recomendo. Conheço as mandingas, as crenças, os misticismos, mandava benzer muito a minha pequena, para tirar quebranto, mal olhado e “susto” e a mim mesma “puxei” a costa para livrar de rasgadura tantas vezes...
Conheço minha terra, meu chão vivo seu folclore, amo suas riquezas e belezas naturais e sofro com suas mazelas, seu abandono, suas águas irrevogáveis,dores que conheço e pelas quais me revolto, buscando combater naquilo que posso.

Sei do irrefreado desmatamento, da falta de políticas públicas conscientes que construam sem destruir. Não esqueço jamais Chico Mendes, nem esquecerei Irmã Dorothy. Levantei bandeiras e aplaudi Marina Silva, Capiberibe, pelos feitos a favor da floresta e seus povos tradicionais.

Apoio os movimentos sérios Pró Amazônia, sempre aponho meu nome a somar nas assinaturas em prol da preservação. Sei-me um beija-flor no bico carregando gota d’água para combater o grande incêndio, mas sigo sem desanimar. Uso o meu inspirar, sensibilidade e veio poético para compor Tancas, Hiacais, FIB’S, Poetrix, enfim estilos diversos que levam meu recado de alerta e indignação. Assim povôo algumas idéias e sei há que repercutir.

Refiro-me mais especificamente quando falo desses temas ao Pará e Amazônia não porque sou Paraense, Parauara ou Amazônida, mas por ter consciência de que é para onde estão voltados os olhos do mundo, dos grandes interesses, quer nacionais ou internacionais. Falo por saber tratar-se do grande manancial de Água Doce do planeta, no Pará o maior Arquipélago Fluvio-Marítimo do mundo, as florestas, riquezas incontestáveis, os segredos das matas, o infinito potencial fitoterápico a ambição pelas descobertas de princípios ativos capazes de curar o câncer, por exemplo. A infindável fonte de descoberta e conhecimento.

Sei que os olhos do mundo estão aqui. Isso é bom, é ruim...
Por isso volto meu fazer poético para essa vasta e polêmica temática. E asseguro que em cada verso é impresso meu pensar, meu sentir, meu lamentar. Assim como ao referir-me as belezas, expresso o brilho que meus olhos sentem todos os dias quando ao chegar ao trabalho olho a Baia do Guajará na minha frente, da janela...

Vejo diariamente a baia de perto ao chegar e ao sair, está no meu caminho...
E não posso deixar de refletir, de me alegrar, e agradecer o privilégio da visão, de ter nascido aqui, viver aqui...
Diariamente faço isso...
Dia após dia...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Encarcerada pela liberdade


Encarcerada pela liberdade


Veste-se apressadamente.

Entre aquele misto de ansiedade e aflição, nada faz muito sentido, são confusos os sentimentos, as idéias embotadas...
Como entender? Como se assegurar de que aquela seria última vez?De fato, quem asseguraria?
Havia alguns anos desde a primeira vez, foram sucessivas repetições, no entanto a mesma sensação a cada repetido acontecimento.
Quando duvidosa, mas imbuída de coragem aceitara aquela proposta e não previra, sequer supunha que para sempre estaria presa, prisioneira da própria decisão.

Sua alma sangrava, vivia sob a égide da humilhação, cedera o lugar da alegria para tristeza, desconforto, falta de decência, constrangimento, as noites inteiras sem dormir açoitada por tremores, suores e pesadelos, tudo por uma troca, que lhe livrara da prisão. Mas e agora, não seria mais prisioneira do que as detentas daquela carceragem feminina de onde escapara?E a pena, a sua parecia infindável. Nunca terminaria?

Enquanto recolhia seus pertences espalhados naquele funesto lugar, sentia-se aviltada em seus direitos. Nunca se alforriaria?

Sai como que desesperada. Pelas vielas escuras tem medo...
Trôpega, ao dobrar a primeira esquina tudo se repete: as náuseas insuportáveis, tonteiras e um jorro repentino. É sempre assim. Tentando colocar para fora o asco que sente de si mesma. Cambaleante com a vista nublada, olhos embaçados chama um táxi. Chega em casa, as crianças alegres gritam: “ Mãe, chegou a minha mãe!” Em pranto habitual nada responde, corre ao banheiro e ao banhar-se pretende lavar o que a água jamais lavará: Sua vergonha, vexação, sofrimento, medo... Tudo que vive e que avilta sua dignidade.

Ainda molhada envolta apenas na toalha, tomada de um convulsivo pranto, molhada das lágrimas que não cessam, vai à cozinha. O armário...
Abre.
Lá avista o que suponha ser a sua única redenção...
As crianças, mudas a acompanham, lançando olhares entre inocentes e indagadores...


Tamanha desonra não permitiu sequer uma carta.


Indagações restam apenas indagações...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Encarcerada


Encarcerada

Bate o pesado portão num estampido...

Já não percebo a Luz,

Congela-me a escuridão...


Fizeste-me assim

Prisioneira

Refém

Aturdida

Algemada

Olhos vendados

Atada por ti.


Imobilizada em correntes, por ti...

Sangram-me os punhos

Corroem-me as dores da alma

Tornozelos dilaceram

Colocaste gigantescos cadeados na porta do meu existir...


Torturas-me

Afogas a minha liberdade

Aprazes-te com meu definhar

Cortas na carne

Castigas

Corrompes e esfacelas minha solidez.


Vicias-me

Instigas-me

Arrancas por fim meus olhos

Seqüestra meu enxergar!

Não há saída...


Paralisada

Cega

Ativas-me a surdez

Exploras o meu pensar

Capturas meu raciocinar...


Sou tua vítima!

É meu carrasco, algoz...

Um fio de imprecisa razão

Denuncia...



Na dor dilacerante do amar,

Quero permanecer...

Atada a solidão...



Atada a solidão

Faz por merecer meu sorriso
Faz-me merecer o teu...


Busca entender o riso dos meus olhos,
Alcança o que não te digo em palavras,
Percebe o meu silente existir...

Cativa-me pelos gestos recorrentes
Entrega-te a imaginar-me os pensamentos,
Devanea-me a ampla existência.


Toca minhas mãos e decifra minha harmonia,
Compreende minhas linhas,
Decodifica minha tez...

Lê em minhas entrelinhas os poemas que ouso não escrever,
Faz com que se revelem para ti,
Guardados nos meus recônditos, repousando perdidos...


Passeia entre meus jardins empoeirados,
Colhe suculentas frutas,
Planta-me no vergel do teu universo...


Orvalha com alegria minha sede,
Infunde teus dias entremeados aos meus,
Apreende-me na tua presença,



Desfralda os nós que me unem a solidão...

Formatado olhar


Formatado Olhar...

Preciso que me olhes almejando o que não vês

Que olhes sentindo mais que tocando

Que vejas caudaloso Rio que invade em calor.


Olha-me sem que percas o tom da minha luz

Olha-me, mas não ancora em minha pele,

Aporta no insano mar das minhas sensações.

Olha-me a fotografia e deixa que teus olhos incidam levemente em minha mansidão.


Quero teus olhos no que não aflige,

Olha o olhar que não fere, não sangra...

Peço que me olhes doando teus olhos,

Peço teu olhar indagando a minha paz.

Olha-me ao largo e em volta, mas destina o teu mais preciso ao que não tocas, não pegas...


Olha-me e desnuda os segredos insondáveis

Põe em mim teu olhar e te aprofunda

Venda em mim o que te é impossível...

Olha-me, mas fecha teus olhos então te acerca,

Ampara teu desamparo no meu desgovernado rumo...


Olha-me com vendas com mãos atadas e segue o que teus sentidos tateiam

Olha-me na escuridão e ao longe, apenas vislumbra,

E ainda assim revela minhas senhas e códigos,

Olha-me: Ambos nos damos as costas, portanto, olha-me pelo avesso.


Olha-me com olhos invasores

Inquiri-me das emoções,

Olha também argüindo,

Argumenta a imprecisão dos meus olhos

Olha-me qual decifrando sonhos,

Confunde-me, descobre-me,



Faz-me por fim confessar a mim mesma!

sábado, 16 de maio de 2009

Das Mangueiras, Da Flor - Do- Grão- Pará...


Das Mangueiras, Da Flor-do-Grão-Pará

Um amigo novo me disse assim, tem alguma coisa diferente nas suas fotos, não consigo saber o que é... Daí respondi, deve ser minha energia, minha alegria interior, essas coisas. Falei brincando, mas sabe que é mesmo? Eu sou mesmo assim, às vezes quero me dar as pessoas de uma forma irremediável, quero dar minha amizade, carinho, amor, e acontece que nem todo muito entende, ta preparado para receber, ou mesmo não sabe valorizar...

Eu sou assim, pessoa que crê, e que busca extrair das pessoas o que há de melhor, e que acredita na vida, e em tudo de bom que podemos fazer para evoluir. E você meu amigo, vai me ver sempre assim, um sorriso franco, sem artifícios ou sofisticações, um olhar terno, positivo, sempre um abraço pra dar, uma piada, brincadeira, como diz a filha, quando não tenho de quem gozar, rio de mim mesma... E essa pessoa sou eu, desarmada por um sorriso, e muito entregue ao amor, e querendo muito ser e fazer feliz...

Prazer! Eu sou: Roseane,nascida na Santa Casa de Misericórdia daqui, criada no Marajó,melhor dizendo em Salvaterra, dona de uma infância linda,que incluiu dormir e acordar ao barulho das ondas,maré enchendo, maré vazando,(esse barulho que me intriga e me faz viajar até hoje), noites de céu completamente estrelado, contando estrelas, contando histórias, causos,fazendo pedidos secretos as estrelas cadentes, brincando de rodas...

Essa sou eu, essa paraense que vos fala que adora um bom prato de maniçoba e se embriaga com o cheirinho do tucupi, que troca qualquer prato por uma boa tigela de açaí, acompanhado de peixe frito que fala carapanã, muito égua, e que curte muito:

A feira de Mirití em outubro na Cidade Velha;

Que vai assistir várias vezes Verde-ver-o-Peso;
Que sorri e se emociona com o canto de Nilson Chaves, Verequete, Lucinha Bastos;
Que não enjoa da República, que acha que outubro é o melhor mês do ano, que fica tomada pela emoção do Círio, acompanha a transladação, participa do Auto do Círio, acompanha o Arrastão do Círio do Arraial do Pavulagem, e tudo de bom que acontece nessa época...

Sou eu... assim bem simples, popular,super "dada", do povo, uma paraense de verdade.... Do Mangal, do Feliz Lusitânia, do Ver-o Rio, de Icoarací, das praias, dos rios, do peixe-boi, do Bosque e do Museu...

De Salvaterra, do Pôr do Sol de Firmo Cardoso, do Por- do- sol na Estação, de todas as Luas, de todos os Sois...

Sou Pauapixuna, índia de todas as tribos, apaixonada por adornos da terra, meu ouro é côco, açaí, jarina, capins, sementes...

Fã da Amazônia Jazz Band, Fã do Teatro da Paz, pávula do Pavulagem, admiradora orgulhosas dessa Amazônia linda, sem deixar de registrar um lado especial que bate, pulsa no Amapá, eternizado na Zagury, bem de frente pro Rio Amazonas, e suas águas incoerentes, misteriosas, puro êxtase, perfeita contemplação!

Ainda assim, se me perguntares quem sou, te diria, a um segundo atrás era tudo isso aí, agora já nem posso te afirmar, mudo com o vento... Mudo com a vida... Mas há que se aproveitar de tudo uma coisa, a essência de ser assim, exatamente assim... eu...

Em 12 de setembro de 2006

As Pertinências do Amor


As pertinências do amor

O que afinal é pertinente?

É pertinente amar acima de tudo, amar respeitando,

Amar vislumbrando o amor do outro,

O bem estar do seu amor,

É pertinente a calma, em horas findas do amor,

O sossego quando se está em aconchego,

O silêncio quando queremos ouvir apenas o respirar, e o palpitar.



É, porém pertinente o desalinho, o desconcerto e o encabular,

Quando se fala indecorosa e maliciosamente no ouvido do seu amor;

Neste caso é pertinente avançar, espreitar e bolinar o corpo malemolente do ser desejado,

Ai então é pertinente, prudente, amar na plena entrega sorver na pura sede,

Derramar no então todo fogo, do perfeito prazer.



É pertinente abster-se de abster-se,

É pertinente nos afetos e nos afagos exagerar,

Mais que pertinente, ser indecente e cometer desvarios,

Tudo em nome da pertinência da alegria do amor do seu amor.

Frases e pensamentos meus sobre " Amor, Amar" ( Onze menções)


1. Amo-te, percurso de Rio, Fronteiras a transpor, flutuar em tapetes, colher pérolas no mar. Amo-te até enquanto existir um sorrir que eu possa te dar. E hei de sorrir, sempre... infinito sorrir......

2. Meu coração regenera-se das quedas, porque presume que há de viver de amores, e para isso precisa sempre estar bem, curado e a postos. Se aprontar para outra vez, amar.
3. O amor é minha sina, meu vício... Sem ele não sou eu...

4. Amores possíveis nem sempre geram poesias... Amores que dilaceram, avassalam... Corroem esses sim tanto aniquilam com engrandecem.

5 .O amor, esse desprovir de lucidez, Se faz silente quando a tua alma em mim se faz presente.

6. O amor é assim, às vezes inevitável o sofrimento, como um ciclo que tem que ser transposto, e então recomeçar, limpo, de peito aberto... Vivendo sempre na certeza, Da capacidade que tem o amor de obter as mais raras curas!

7. Move-nos, comove-nos, aflora em nós o nosso melhor. Quem ama não tira sua própria vida e também não mata.

8. Amo-te, cinco letras e três sílabas, verbo e conjugar, nome e pronome. Amo-te destino enlaçado em teias trançadas, entre o amor e o amar, o rio e o mar, entre céus e levitar.Amo-te. Contemplar, propor um desvendar, recitar tanto e em teu nome, cantar para ti. Compor um poema que não finda, que renova-se e se faz em um sempre e novo amar. Por isso, amo-te.

9. O amor por si só já é algo assim de triste, por ser efêmero e tão fugaz... Mas pede que o vivamos em combustão e intensidade... Pede nosso sangue, suores e lágrimas... mas também nosso alegrar... Então! Viva o amor-amar!

10. Sobre amar: É como estar num patamar acima da terra, quão próximo ao céu. É então revelar ter estado ou estar no infinito, que é o mesmo paraíso, um lugar que não comporta um descrever. Amar é estar lá, viver onde só os deuses fazem morada.

11. Um coração que ama jamais viverá a solidão. Será pleno em seu amor, pois que o amor é companhia,alimento, refúgio e razão.

O orgasmo da escrita....por Roseane Ferreira


O orgasmo da escrita

Entre tantos prazeres terrenos, pecados ou não, alguns me são incomparáveis, sexo e gozo, primordiais, por tanta proximidade com o chegar ao céu, por estarem no tênue limite que há entre viver e morrer.
No meu conceber, entretanto há um gozo, prazer intenso, voluptuoso, chamado escrever. Diria mesmo ser um gozo com as palavras uma elipse amorosa, o orgasmo que provoca a escrita.
Entre infindos descreveres, abissais tentativas de expressar a interação com a escrita me vem um descrever mais ousado o mais próximo do perfeito qualificar.
Escrever, compor, criar, brincar com as palavras, traduzir ao papel sensações, sentimentos, repartir e complementar idéias, externar pensamentos, utilizar-se do argumento das letras, palavras, versos, rimas, métricas, este é um prazer que suplanta o gostar, ou mesmo o amar, o querer.
Desafio-me e arvoro-me a dizer: "Escrever é como ter um orgasmo com as letras”, com a criação. É gozo pleno, concluso, quando se finaliza um texto, uma composição. Repara-se no afligir ansioso do poeta, nos arfantes suspiros quando inconclusa poesia. No deslocar de pensamentos, no ausentar-se do cotidiano, no tremer involuntário quando se fixa uma idéia a ser escrita. Real são as pasmosas sensações que um escritor/poeta sente no ato, decorrer do compor/criar. Parêntese aqui, para uma declaração que ouvi em palestra recente do Escritor e Poeta Affonso Romano de Sant’anna que nos contou que em certa vez, durante o processo de uma de suas criações, sua esposa Marina Colassanti, batia-se, machucava-se frequentemente andando pela casa involuntariamente resultado de toda aflição, ansiedade advinda do processo de criação. Reporto-me a o fato para ilustrar os acometimentos que passamos todos quando concebemos, perpassamos até o concluir de uma criação.
Só um poeta, escritor pode referir o sentimento sem igual quando do término da obra, seja uma pequena trova ou grande tratado. Prazer singular, indizível.
Para mim e recorrendo a um subsídio poético de um ícone da literatura, Rubem Alves
“Ler é fazer amor com as palavras”, digo: Escrever é ter um gozo com as letras. Prazer do qual não pretendo me desfazer, pois que é saciar, fartar a alma e o corpo a mente e coração.
Alegremente, vibrando quero escrever, poetizar deixar que me latejem os dedos, pulsem e vertam idéias, irrigando papéis telas e que lápis, teclados, sejam pares, cúmplices desses momentos, coniventes com o júbilo final. Não apenas veículos para transposição de idéias, meros e frios componentes da engrenagem.
Vibraremos todos em igual sintonia e com esse incrível regalo.
Um prazer que gera outro.
Partilhar com quem apetecer compartilhar.

Ver

Vento venta, véu vagueia.

Vejo você via verso

Vislumbro ventura vindo.


Vozes vorazes verdades vertentes

Vãos vazios, viajar vacilante.

Versos verossímeis, visibilidades...


Vou veloz. Vulnerável, voltarei.Verei vastidão.


Vem, visualizo verdejante visual, viva varanda...


Amor - Um pensamento.....


Amor,


Um sentir que tanto alegra, a alma enleva, faz o querer renovar;
Amor, afeições que avolumam o significar da vida;
Amor, abraçar o improvável, acolhimento reparador;
Sentidos ativados, sentir sem dimensões, alheio a regras, ausência de convenções;
Amor, sonhos entrelaçados a realidade, sorrisos permeados de esperanças.
Avivamento.

Antever as horas,
Renovar-se ante ao padecimento revigorar face o alumbramento.
Amor, sintonizar entre quereres antes alheios, ora únicos.
Exatidão quando no tempo perenal encontram-se: O encantar dos olhos, o desdobrar do mel em palavras, os aromas que se aceitam e reconhecem o toque que aquiesce um acasalar das vontades, um compreender silente.

Um morrer e antegozar quando lábios se permitem o beijo;
Amor, fusão entre os estados da alma e os reflexos do carnal;
Construir-se mais humano ao mesmo tempo que ser em elevação;
Amor, água pura, remédio eficaz, cura.
A própria cura.


Abatido coração


No teu campo minado me achei,
Não era concedido tempo de recuar,
Não havia como desarmar,
Pisei armadilhas, granadas detonaram...

Atirei-me em defesa,
Indefesa me estilhaçei.
Foram barricadas, estratégias, tramas...
Em plena guerra me encontrei,

Perdi-me,
Meu coração feito alvo,
Aberto em bombardeio,
Fragmentado, multi esfacelado...
Sucumbi...


Atirar-me a reconstrução?
Fragilizadas fagulhas
Agonizando...

Cremado coração...

Na lápide em tons gris é escrito:

“ Amou sem domínio do medo,
Amou de armas postas,
Fez do amor sua entrega maior,
Seu sangue, seu ar,
Amor pleno de eternidade...”


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Concebendo Poesia - Rol de POETRIX, por Roseane



Concebendo Poesia
1. Artesanal

Pedaço a pedaço
Cuidadosamente coser
Composição garantida!

2. Construção

Retalhos de letras
Bem acabados
Versos surgindo!

3. Arte

Imaginário liberto
Entremear emoção
Teias tecidas!

4. Perfeição

Junção das palavras
Compondo expressão
Gerar poesias!

Morar na Praia- Poesia de Roseane Ferreira


Morar na Praia

Em casa da janela o mar dava para ver,
Tinha farol, candeeiro e lamparina,
Tinha luz das estrelas, luar que fascina.
Brincadeiras de roda ao anoitecer.

Meu pai de crianças rodeado
Contando do Imaginário Assombrado
Tinha mar... contemplação,
E viagens da minha imaginação...

A melhor lembrança,
Que faz rico o meu poetar
São as imagens de criança,
Da varanda, via o mar...

E então quando a noite chegava
Logo o sono ia chegando,
O som que me embalava
Eram ondas na praia quebrando...

Encher,
Vazar, Encher,
Vazar...
Tanto mar... Tanto mar...


# lembranças da infância em Salvaterra-Marajó, onde vivi. Melhores lembranças!
Por lá habitavam o meu imaginário, o imaginário popular: Matinta – Perera, Boitatá, Curupira, Cobra Grande, Iara, Boto, Mãe-dágua, Caipora, Cobra Norato, e tantos mais...
Nossa casa ficava a beira da Praia...

Roseane Ferreira

Soberano mar - Por Roseane Ferreira


Soberano mar...

É madrugada.

O sono se foi, pela fresta da janela vem uma aragem.

Apanho o chale roto levanto e chego à porta que da passagem para a cozinha. Está apenas escorada...

O fogão a lenha, o banco rústico de madeira, pedaços de memória, frangalhos de lembranças. Resquícios de histórias emboloradas... Abro a janela a madrugada aflora em timidez o claro dia vem lento, cheirando, arejado em harmonia... Da cozinha a poucos metros precipita-se o mar, a praia dos Pescadores adornada por coqueiros, paisagem completa com barcos de velas, alguns chegando outros ancorados e um céu que se faz azul.

Água fervente, pó de café no coador. Olhos perdidos, secos compõe uma face enrugada,tomada de sol, sal, saudades.Há muito que espero obstinada,sorvo um gole quente de café amargo,aquece-me os ossos mas a alma permanece em retalhos gélidos, obscurecidos pela dor.

Do lado de lá dos meus sonhos atravessando aquele mundaréu de águas, lá fora, bem distante que já não se vê,estão as minhas incoerências, razões da espera e das esperanças.

Aquele mar que meus olhos cansados não alcançam, envolto em mistérios, incolores silêncios abriga a saudade da pele, do cheiro, a dor da partida.

Tem para mais de dez Natais daquele vinte e três de um dezembro que ficou aqui, não ficou para trás.

Eu sempre falei pro Zé, o mar tem data, tem hora que se respeita, é soberano. Perto do Natal é para orar.

O mar podia esperar...

O Zé perdeu-se na pouca fé, na teimosia...

E os meus olhos já secaram de tanto chorar, mas peço humildemente no orar “ “Meu Deus, que já me secou os olhos, duas coisas me deixa: A vista pra eu enxergar e a esperança de ver meu Zé voltar...”

E então eu me perco olhando o mar, tentando ver além do fim,

Além dos sonhos,

Além de onde os olhos podem alcançar...



# Ficcionei uma cena do meu passado, A praia dos Pescadores existe, é no Marajó em Salvaterra, os coqueiros enfileirados na maioria tombaram com o avanço da erosão.

Minha casa era lá...

E o mar, era meu...

Dos meus sonhos...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Informações sobre o Tema do Círio 2009 e lançamento do Cartaz do Círio 2009


Círio 2009, “Em Maria, a Palavra se fez Carne”.

Memorial Cartaz do Círio 2009 – O cartaz do Círio de 2009 é uma peça comemorativa. Por isso, os ícones e imagens usados estão diretamente ligados à própria sede da fé mariana em Belém, a Basílica-Santuário de Nazaré.

O cartaz contempla a imagem do interior da Basílica-Santuário, que é a casa de Nossa Senhora de Nazaré, vista do altar-mor, focalizando a nave central. Daí ela abençoa os fiéis durante o ano todo, em todas as comemorações e especialmente na quadra nazarena.

Em primeiro plano, existe uma folhagem em volutas (folhagem em formas de caracol) simbolizando as páginas verdes da história da construção da Basílica-Santuário, que surgiu às margens de um pequeno riacho, onde brotava vegetação nativa, como se também descortinasse a história do Círio e sua relação com a própria Basílica.

Também a presença da natureza faz alusão ao fato de essa construção emergir no coração da Amazônia Brasileira, num tributo majestoso à fé cristã aqui presente desde o início da sua colonização.

Aos pés da imagem de Nossa Senhora de Nazaré e no meio do verde das folhagens, encontra-se a fachada completa da Basílica-Santuário, em comemoração direta aos 100 anos de sua construção.

Histórico – O cartaz é considerado um dos símbolos do Círio. O primeiro foi produzido em 1882, e até hoje essa tradição permanece. Os fiéis têm o costume de fixar o Cartaz nas fachadas dos prédios, portas das casas, hospitais, para prestar homenagem e também pedir bênçãos à Padroeira dos Paraenses.

. Os antigos cartazes podem ser conferidos no site oficial do Círio: www.basilicasantuarionazare.com.br.


* Informações retiradas do Site Oficial da Basílica Santuário de Nazaré.
Deus e Maria esteja com todos nós!
Roseane

FIBS ( Dois) homenagem a N.Senhora de Fátima



Em


Treze

De maio

Aparece

Para três crianças

Nossa Senhora do Rosário.



Na


Cova

Da Iria

Portugal

Revela Segredos

De Fátima, Nossa Senhora!

Fátima ( 2) ACROSTRIX


Fátima

FA
la ao coração de todos nós
TItulo de Nossa Senhora do Rosário
MAe amada, brilho maior que o Sol.

" Fátima" , Homenagem em Acróstico



No teu manto nossa proteção

Onde repousa a Fé que não cessa

Semblante dulcíssimo sem igual

Ser Mãe, providência Divina.

Amar aos filhos, a todos.


Santa singeleza

Exultante enlevar

Norte necessário

Honra e Glória ao Pai!

Obra de Deus

Redimir restaurando

Apascentadora.


Do terço Pela Paz um solicitar.

Em orações os Segredos contar.


Foram seis aparições

Anjos anteciparam

Trazendo aos Pastores preparo

Incentivando a fé, a oração e o Perdão.

Maravilhas anunciou, sua humildade revelou.

Amor maior dedicou. Mãe de Jesus, nossa Mãe!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

FIBS - Creio e Há


Creio


Vendo

Teus olhos

Refletindo

Nuances azuis

É perdição dos meus castanhos...




No

Imenso

Do teu mar

Profundos mistérios

Que meus rios querem descobrir!


Aqui dois FIBS.


Dezembro vindo.....

Daisypath Anniversary tickers
Monarch Butterfly 2

Escrevo para.........

Quando escrevo exorcizo fantasmas, é meio abstração e também minha realidade se despindo.Sou eu me confessando a mi mesma.

Um Poetrix ...verdinho......


Escrevo para....

Escrevo para por no mundo pequenas ânsias, escrevo para aportar desejos aflitos, escrevo para me salvar, é como Jogar as âncoras, o barco ora vai ao sabor das ondas, ora é a deriva....
Escrevo para acariciar as suas almas,e ser tocada por seus olhos impressos de brilho!
escrevo para Gozar,Flutuar, ser e merecer, Escrevo para seus delírios, seu deliciar!
Escrevo para vocês,
Agradeço seus olhos em mim, na minha ruptura poética!
Escrevo!

Muito grata por me sorverem as letras!
A todos que aqui passarem seus olhos, mentes e corações!
Rose

Sobrepondo Sonhos.....