Marcadores


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Para um Cravo - Carta e Poesia




Para um CRAVO...



Quando um coração faz carta para outro, é como um leva e trás de beija-flor,

Como mandar pela asa do vento um aroma sutil da presença.

Qual envelopar saudades e postar nas caravelas perdidas no oceano da distância.

Quero nas poucas e tenras pétalas do meu escrever, dizer do que sinto contar das águas que afogam, das marés que aquecem o esquecimento.

Do encher e vazar do meu Rio - Coração.





Cravo meu,

Que comigo nem brigou,

Que, no entanto, com a mudez rasgou,

Pedaçinho por pedaçinho um papel de escrever sentimentos...

Sangrou.

Não despetalou,

Feriu.

Com ponta sutil cada naco arrancado.

Não- Me- Quer...







Ah Cravo querido,

Como pode uma flor a outra fazer murchar?

Das cores tirou a vividez,

Desbotou,

Do cheiro a essência extraiu,

Tirou o pólen,

Debulhou,

Machucou,

Pétala sem viço ficou,

Des-pe-ta-lou...







Restaram prados vazios,

Águas que são só(s) sinais,

Resquícios de um jardim,

Quase um lugar negrume,

Roubado pela tristeza o lume.





Cravo que leva o riso,

Troca o brilho por sal,

Tempera de amargo a boca,

Um travo,

Um desagrado,

Abrolhos.







Teu silêncio sem verbo falado,

Ausente de letras, vazio perpassado,

Tempo que escoa surdo,

Ecoando palavras mudas,

Falta que decorre, veio líquido na estrada,

Fino sinal no caminho,

Quase apagadas marcas,

Pegadas de um solitário querer.





Cravo que Mal -Me -Quer,

Craveja meu rir de lamento

Crava-me de falta tua,

Crava a vida em desigual

Crava da flor o final.





Não é uma carta só, é um suspirar enviado,

Não-Me-Ouve,

Não-Me-Vê

Sequer imagina,

O vislumbre da falta.

Que deixa na vida minha.





Leva Beija-Flor, leva esse vago de mim, transpõe aquela janela bem perto da Sumaúma, deixa lá esse recado, do meu Rio que se funde as lágrimas, que se junta ao mar, e deságua todo o prantear.

Fala a ele bem baixinho, das estrelas, do luar, diz do querer que agiganta o infinito do olhar.

Conta e canta para ele desta flor, que triste, até já muda de cor, diz que não há obra completa quando impera a latente dor.

Revela que são só(s) versos, rimas pequenas, rumos dispersos, letras ajuntadas, palavras não faladas, escritas, sangradas, por um sentir feito, sagrado de amor.

Diz a ele Beija-Flor, manda um beijo,

Diz que é da Rosa,

Da saudosa Rosa,

Da Rosa para o Cravo, Beija-Flor.





Destino: Onde houver uma gigante Sumaúma, um concreto de distância, um Cravo. É lá Beija-Flor.

Um comentário:

Jorge Sader Filho disse...

Forte e expressivo, Rose!

Beijos.

Dezembro vindo.....

Daisypath Anniversary tickers
Monarch Butterfly 2

Escrevo para.........

Quando escrevo exorcizo fantasmas, é meio abstração e também minha realidade se despindo.Sou eu me confessando a mi mesma.

Um Poetrix ...verdinho......


Escrevo para....

Escrevo para por no mundo pequenas ânsias, escrevo para aportar desejos aflitos, escrevo para me salvar, é como Jogar as âncoras, o barco ora vai ao sabor das ondas, ora é a deriva....
Escrevo para acariciar as suas almas,e ser tocada por seus olhos impressos de brilho!
escrevo para Gozar,Flutuar, ser e merecer, Escrevo para seus delírios, seu deliciar!
Escrevo para vocês,
Agradeço seus olhos em mim, na minha ruptura poética!
Escrevo!

Muito grata por me sorverem as letras!
A todos que aqui passarem seus olhos, mentes e corações!
Rose

Sobrepondo Sonhos.....